segunda-feira, 4 de junho de 2018

GunBound M: o clássico das LAN houses no seu bolso


Talvez nem todo mundo se lembre de um certo jogo pra PC chamado GunBound. GunBound é aquele joguinho de artilharia maroto cuja fama foi totalmente eclipsada por Counter-Strike 1.6 e por Dota nas LAN houses brasileiras, mas que sempre conquistava fãs com sua jogabilidade inspirada no clássico Worms e sua simpática estética mangá/manwá.
Dada a baixa popularidade desse tipo de jogo nos PCs hoje em dia, sua desenvolvedora, a Softnyx, resolveu recentemente se enveredar por um mercado muito mais lucrativo: o mercado mobile. Eu descobri isso semana passada, enquanto fuçava a Play Store à procura de algo novo pra passar o tempo: pesquisa vai, pesquisa vem, acabei dando de cara com nada menos do que GunBound M.
Único jogo no portfólio dos sul-coreanos do DargomStudio, esta é a versão oficial do jogo da Softnyx para smartphones e tablets, lançada em julho deste ano. E a julgar pelo pouco que joguei, pode-se dizer que esse tipo de jogo realmente nasceu para os smartphones!
Logo de cara a jogabilidade me agradou pra caramba, tendo sido perfeitamente bem adaptada pras telas de toque. Tirando a sensibilidade da tela do meu velho Moto G 2ª Geração (que hoje em dia já num tá lá essas coisas), é muito fácil mirar e atirar nos adversários, bem como se mover ao longo do cenário, graças aos confortáveis ícones de controles disponíveis na tela. Apesar disso, eu gostaria que os ícones de seleção de armas e do ícone central de disparo fossem melhor distribuídos na tela, pois às vezes é meio complicadinho tocá-los. Mas considerando a quantidade desses botões virtuais na tela, dá pra notar que o DargomStudio fez o melhor que podia (e pelo menos dá pra regular o tamanho desses ícones nas opções).
Além disso, apesar da grande semelhança com sua contraparte para PC, GunBound M tem uma dinâmica um pouco diferente do que costumávamos ter quando jogávamos nas antigas LAN houses: agora cada jogador pode montar um time para guerrear em disputas de 3 contra 3 bonequinhos motorizados e ambos os times recebem um pacote com 3 armas escolhidas aleatoriamente pelo computador para usar durante as partidas.
Talvez a diferença mais alarmante entre o GunBound M e o GunBound original seja o assistente de mira presente nesta versão mobile: na versão para PC, qualquer tipo de ajuda externa para mirar os disparos (Aim Bots, Aim Hacks… lembram?) era terminantemente proibida pelas regras do jogo. Já GunBound M transforma o que antes era uma vantagem ilícita em um elemento de jogabilidade.
Entretanto, não se iluda: o assistente de mira do GunBound M despreza a direção e a velocidade do vento durante as partidas, evitando que o jogo fique fácil demais. Você ainda vai precisar mirar com bastante cuidado para acertar aquele disparo matador, o que garante um bom nível de desafio ao jogo ao mesmo tempo que o torna mais acessível.
Além da jogabilidade extremamente agradável, eu estou gostando bastante da maneira como as coisas se resolvem rapidamente em GunBound M: desde o tutorial simples e amigável que se inicia quando abrimos o jogo pela primeira vez; passando pela eficiente interface de usuário, que permite iniciar partidas multiplayer com pouquíssimos toques na tela; até o excelente e rápido sistema de matchmaking que funciona melhor do que o de muito jogo AAA de console/PC por aí… tudo é extremamente descomplicado e projetado para que você possa começar a jogar o mais rapidamente possível!
O fato de o jogo ser incrivelmente leve e rodar lisinho mesmo em telefones mais modestos (como o meu celular comprado em 2015, por exemplo) contribui ainda mais para uma excelente experiência de jogo.
Mas é claro que ainda estamos falando de um jogo para celulares e por isso GunBound M se aproveita das microtransações para se manter rentável. A dinâmica de uso dos carismáticos tanques de guerra também é diferente da do PC e se aproveita da moda dos pacotes de cartas, disseminada por Hearthstone e bastante difundida em diversos outros jogos.
Para obter um novo tanque para usar nas partidas é necessário juntar cinco cartinhas do tanque desejado e fundi-las em uma opção no menu, acrescentando-o à sua coleção. Como a tendência de acumular tanques repetidos é alta, o jogo permite desmontar um tanque indesejado para juntar engrenagens (uma das várias moedinhas virtuais do jogo, juntamente com o gold e as gemas) e usá-las para adquirir itens mais raros e mais potentes. Para aumentar o poder dos seus tanques também é possível obter joias especiais e equipá-las em cada tanque e tais joias concedem bônus em seus atributos.
Talvez ainda seja um bocado cedo pra eu dar qualquer aval sobre essa característica do jogo, dado o pouco tempo que eu joguei, mas aparentemente as microtransações de GunBound M não são agressivas a ponto de te impedir de jogar depois de certo ponto. Obviamente comprar cartinhas e joias facilita as coisas mas até agora eu não percebi a frustrante característica “pay-to-win”, onde só se dá bem quem atola dinheiro na parada. Depois de algumas poucas partidas ranqueadas os três níveis de ranking (para jogadores iniciantes, intermediários e pro-players) ficam disponíveis livremente, para que o jogador escolha o modo que lhe for mais amigável.
Seja como for, GunBound M figura como mais uma opção divertida e viciante para quem gosta de jogar no celular, sendo ainda mais especial para quem tem saudade da época das LAN houses ou mesmo pra quem adorava jogar Worms Armageddon.
GUNBOUND M
Plataforma avaliada: Android | Desenvolvedor: DargomStudio | Publisher: Softnyx | Gênero(s): Artilharia/Artillery
GunBound M está disponível para Android e iOS.

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