Assassin’s Creed: Identity é um dos novos games da famosa série lançado pela Ubisoft em 2015, por enquanto em algumas regiões e, por enquanto, exclusivamente no iOS, com uma versão de Android programada para o futuro. Sua maior diferença entre os outros jogos mobile da saga está nos gráficos, que são totalmente em um ambiente 3D de ação, lembrando bastante as versões disponíveis nos consoles. Mas será que, mesmo com gráficos de alto nível, o título é uma boa pedida para os fãs? Leia nossa análise para descobrir.
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Assassin's Creed Identity é o novo jogo da série para mobile (Foto: Divulgação)
História? Bem básica
Não há história em Assassin’s Creed Identity. O jogo é totalmente focado em missões, e elas possuem algumas explicações sobre os seus arredores, para te situar em cada situação, mas nada tão detalhado. Não espere saber mais de Ezio, Altair ou Arno nesta aventura. Aqui controlamos um assassino genérico que recebe as missões que precisa realizar.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Há ainda o “mundo atual”, como todo game da série, onde o jogador é um usuário do sistema Helix, similar ao que ocorre em Unity, e pode controlar pessoas do passado por meio de lembranças. É assim que é explicada a conexão com o assassino mas, novamente, sem muitos detalhes ou informações a respeito. Ao menos a personalização é alta, já que ele te permite criar um assassino do zero.
Isso pode ser algo ruim e bom ao mesmo tempo, já que estamos falando de um game para dispositivos móveis. A experiência realmente precisa ser mais simples e direta ao ponto, já que não é o tipo de aparelho que ficamos horas grudados na telinha para jogar algo, qualquer que seja o título. Ao mesmo tempo, é confuso ver uma aventura da saga Assassin’s Creed, que sempre foi conhecida por sua história, não ter um enredo bem desenvolvido.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Com esse esquema, ele também deixa de ser um jogo de mundo aberto, como nos consoles, para se tornar uma aventura de cenários fechados e limitados, de acordo com a missão que o jogador aceitar naquele momento ou em outro.
Controles virtuais
A jogabilidade de Identity, porém, tenta se manter a mais próxima o possível da edição encontrada nos consoles de qualquer outro jogo da série. Há todo o ambiente 3D e movimentação livre do assassino pelo cenário, algo que ocorreu pela primeira vez em um jogo mobile da saga, e por isso mesmo os controles precisaram de uma boa adaptação.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Isso veio com os controles virtuais, alavancas e botões que aparecem de forma dinâmica pela tela, de acordo com os dedos que a estiverem tocando. Um dedo apenas mostra um joystick virtual, para movimentar o personagem, enquanto dois ao mesmo tempo revela uma segunda alavanca, capaz de mover a câmera em 360 graus.
O problema com esse tipo de controle virtual continua sendo o mesmo: ele não funciona como deve funcionar, ao menos não 100%. É possível controlar seu personagem pela tela sem muitos problemas, mas você vai se atrapalhar, mesmo sem querer, ao subir uma parede que não era para subir, por exemplo.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Talvez por contra dos controles as missões sejam bem simples e envolvam apenas eliminar alvos, sem muita complexidade, o que também afeta no desafio do jogo e no seu fator de diversão ou longevidade. Apesar disso, elas costumam ser aleatórias, em termos de mapas e alvos, e nunca serão parecidas umas com as outras, o que é um ponto bem positivo, neste caso.
Mas, em termos de jogabilidade, temos diversos elementos em comum da série Assassin’s Creed presentes, o que é bom. Há o sistema de multidões, que permite ao seu assassino se disfarçar entre pessoas e permanecer anônimo, além das batalhas, que ficaram traduzidas de forma competente nos comandos virtuais, ao menos.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Visual inacreditável
É com seus gráficos que Assassin’s Creed Identity realmente brilha. O jogo é inacreditavelmente bonito para os padrões atuais de games de dispositivos móveis – que por si só já são altos -, com belos efeitos de luz, reflexo e uma variedade boa nos cenários, sem soar como algo repetitivo ou sem criatividade.
Isso, claro, vem com um preço, o que faz com que Identity só rode bem em aparelhos mais recentes. Ele é até compatível com o primeiro iPad Mini, por exemplo, mas vai rodar extremamente lento e pode até mesmo fechar sem qualquer aviso, fazendo com que o jogador perca seu progresso. Se for jogar Identity, recomendamos utilizar um dispositivo mais atual, se possível.
Assassin's Creed Identity (Foto: Divulgação)
Os menus e navegação geral do jogo também são bem competentes, com tudo bem organizado e bem explicado, sem deixar dúvidas ou interpretações dúbias. E, apesar de ser gratuito, o jogo não faz uso abusivo de cobranças extras ao jogador, o que é até surpreendente, já que era o esperado, e não o contrário.
Conclusão
Assassin’s Creed Identity ainda tem um longo caminho pela frente para surpreender e tornar-se um jogo imperdível, mas, ainda assim, é digno de uma boa nota, por ser um título tão bonito e até, de certa forma, complexo para dispositivos móveis. Sua jogabilidade fica prejudicada pelo sistema de controles virtuais, mas as lutas estão bem feitas, e as missões geradas automaticamente e de forma aleatórias vão te divertir por algum tempo. Se a ideia era traduzir a jogabilidade dos consoles em um tablet ou smartphone, eles chegaram perto de fazer isso com alguma qualidade
Girls X: Battle - comande um esquadrão composto de meninas bonitas. Junte-se à batalha contra inúmeros inimigos e obtenha recompensas por suas vitórias.
Collision hit: Smash! - vá para um voo inesquecível em uma dimensão estranha, cheia de objetos maravilhosos de diferentes formas geométricas. Evite colisões.
Flipper fox - vire peças quadradas e movimente-as para construir caminho para o personagem. Conduza a raposa através de níveis intrincados, coletando moedas de ouro e presentes.
Kubiko - monte figuras divertidas de blocos. Gire componentes de figura em torno de diferentes eixos. Combine todas as partes de figura na ordem correta.
Zigzag crossing - conduza o personagem engraçado através do mundo perigoso, que consiste em plataformas penduradas no ar. Supere trilhas sinuosas e vá ao redor das armadilhas.
Rescue Lucy - ajude uma pequena menina a encontrar o cachorro chamado Lucy. Explore a floresta sombria e casa abandonada, habitada por monstros terríveis e fantasmas.
Bajrangi fighter - ajude o herói destemido a derrotar um bando de criminosos que sequestraram Aisha. Conduza o herói através de muitas lutas ferozes e tiroteios.
Todo mundo dizia que era um filme impossível de ser feito. Que a Fox tinha jogado o personagem na latrina após a bombaWolverine: Origens. Que era a maldição de seu criador, o pior artista das HQs de todos os tempos.
Precisou um Ryan Reynolds realmente apaixonado pelo anti-herói mais maluco da Marvel para convencer a Fox de que Deadpool merecia uma nova chance. Ela foi dada. Resultado? O filme do mercenário tagarela é o melhor filme de heróis que o estúdio já produziu, e não deve em nada aos primos da Marvel Studios. Eu chego a dizer que é tão (se não mais) divertido que Os Guardiões da Galáxia.
Um aviso: haverão SPOILERS, portanto prossiga por conta e risco.
A Origem
Rob Liefeld é um arremedo de artista. O auto-proclamado desenhista e roteirista que se acha a última bolacha do pacote é culpado por boa parte das porcarias que rechearam os quadrinhos nos anos 1990, principalmente por sua completa falta de imaginação e inabilidade absoluta de compreender a anatomia humana (procurem por “Captain America Liefeld” ou “Cable Liefeld” no Google Imagens e tenham pesadelos). Mesmo Deadpool, sua mais notória criação (em conjunto com Fabian Nicieza) não é o que conhecemos hoje por culpa dele. Desenvolvido como uma cópia descarada do Exterminador da DC Comics (nem no nome ele é original, Wade Wilson contra Slade Wilson), ele era basicamente mais um vilão meia-boca e inimigo do Wolverine.
Quando Liefeld pulou fora da Marvel para se juntar à Image, Deadpool ganhou uma ou outra minissérie mas em geral a editora o odiava. Só em 1997 que ele deixou de ser um personagem sério, se tornando uma sátira da própria indústria de quadrinhos ao ser o único super-herói consciente de que vive dentro de um mundo de HQs. Isso já rendeu passagens hilárias:
Esse é um de seus poderes mais interessantes, ninguém lembra de seu fator de cura exceto quando ele está juntando seus pedaços espalhados. Seu outro poder é que Deadpool é doido de pedra. E absurdamente completamente irremediavelmente nerd freak de cultura pop. Do tipo que fez isso com a Kitty Pryde:
Ou isso, para alegria de todos os fãs da trilogia clássica:
Deadpool é o tipo de personagem que nos lembra que levar personagens fictícios a sério não faz o menor sentido. Travamos discussões acaloradas sobre a ciência envolvida em um filme onde um cara dispara raios pelos olhos. O grande problema é que por causa de autores como Alan Moore, Frank Miller e posteriormente Brian Singer a mídia passou a tratar os heróis com mais seriedade, justificando que eles precisavam ser mais reais, mais inseridos no nosso mundo. Não tem lógica, mas por anos foi assim.
O primeiro filme dos X-Men, embora seja tosco se visto hoje em dia causou um impacto tão grande que nos quadrinhos os mutantes trocaram as roupas coloridas e por um tempo passaram a se vestir de couro preto. Precisou Joss Whedon anos depois fazer o Ciclope dizer que “o preto está deixando todo mundo louco” para justificar a volta dos colantes.
Nos cinemas, por outro lado os filmes com heróis são mais sérios. A Marvel Studios possui algumas exceções (o primeiro Homem de Ferro, o primeiro Capitão América, Vingadores, os Guardiões e o Homem-Formiga), mas a Fox só fez filme carregado de drama. Haveria lugar para um personagem que é tudo, menos sério estrelar um filme?
Sim, só precisavam de alguém louco o bastante para carregar o projeto no colo. Foi aí que Ryan Reynolds entrou.
“I know, right?”
Hora de consertar as coisas
O ator pode ser terrível (ou como Wade diz no filme, ele não possui grandes qualidades interpretativas) mas foi um dos primeiros a descer a lenha na Fox por causa do Deadpool que ele foi obrigado a dar vida no filme do Wolverine; o problema é que ele mesmo lançou depois a porcaria do Lanterna Verde e virou uma piada pronta, uma bomba ambulante no cenário de filmes de super-heróis.
Dá para engolir outro filme com ele como protagonista? Até dá, principalmente se lembrarmos que antes do Capitão América o Cris Evans foi o Tocha Humana. Todo mundo merece segundas chances e para nossa alegria Reynolds é fã do mercenário bocudo.
Ele então tomou a frente, comprou briga com Deus e o mundo dentro da Fox, fez uma campanha massiva para que o Deadpool ganhasse um filme. Ele só ganhou sinal verde quando o teste foi ao ar, onde muitos acreditam que o próprio produziu e pagou do bolso.
Segundo passo: Reynolds queria a Marvel diretamente envolvida na produção, nada de uma piração solo da Fox. Para isso conseguiram Tim Miller, que trabalhou como diretor de segunda unidade de Thor: O Mundo Sombrio e desenvolveu efeitos visuais para Scott Pilgrim Contra o Mundo, além de ter trabalhado em games como Star Wars: The Old Republic eMass Effect 2. Deadpool é sua estreia no comando de uma película mas seu currículo já deixava claro, ele não é um amador.
Resultado: com todo mundo se empenhando em apresentar um produto decente e à altura do personagem Deadpool é um filme deliciosamente divertido e violento até dizer chega, como há muito não se via. E fiel às origens mas sem se deixar amarrar pelas HQs. Ele sequer depende dos filmes dos X-Men e é excelente por isso, mais gente poderá curtir.
O mais legal: o filme é MESMO uma história de amor (violenta e hilária, mas é)
A Resenha
Mas então, falemos do filme. Wade Wilson é um ex-membro das forças especiais que atua como um mercenário sem nada melhor pra fazer da vida, até o momento em que ele conhece a garota de programa Vanessa (Morena Baccarin, a melhor reptiliana naquela bomba do remake de V), e é amor à primeira vista. O casal vive uma paixão frenética (com várias cenas de sexo para lá de quentes, incluindo inversão de papéis e cintaralho), até o momento em que Wade descobre estar morrendo com um câncer terminal.
É aí que ele cede a uma “oferta” para servir de cobaia em um experimento secreto que promete curá-lo, e dar em troca poderes inimagináveis. Claro que tudo dá errado, o procedimento que visava criar armas obedientes o deixa ainda mais louco e com uma cara de abacate estragado, apesar do fator de cura.
Mas isso você acompanha através de flashbacks, o filme mesmo começa com Deadpool perseguindo Francis/Ajax (Ed Skrein), o responsável por roubar sua cara para obrigá-lo a reverter o processo e torná-lo mais apresentável para ele poder voltar para sua namorada. E claro, matando todo mundo que se coloca no seu caminho da forma mais violenta possível.
Ajax é basicamente o mesmo que nas HQs, um mercenário e cientista que passou por um processo similar ao Wade, mas foi premiado com força e reflexos ampliados e imunidade à dor. Seu braço direito é a Pó de Anjo (Gina Carano), uma mutante com força sobrehumana o suficiente para peitar o Colossus, um russo de mais de dois metros de altura feito de aço orgânico, capaz de demolir um prédio com um soco.
Bem, peitar é força de expressão…
É preciso fazer uma ponte com os X-Men (já que o filme do Apocalipse estreia em 2016), mas o orçamento que o Deadpool conseguiu para seu filme não foi grande o bastante para chamar todo o elenco (é sério, essa é a desculpa que Wade dá no filme); logo teremos que nos contentar com um personagem em CGI e uma novata da escola do prof. Xavier. É o que deu para pagar…
Colossus (voz de Stefan Kapičić, de 24 Horas e Numb3rs e MoCap de Andre Tricoteux; Daniel Cudmore, que viveu o personagem nos filmes dos X-Men fez doce e recusou o papel) é basicamente um bundão. Ele tenta em vão colocar juízo na cabeça do Deadpool o filme inteiro e se recusa a afundar a Pó de Anjo no chão por questões de bom-mocismo extremo (com direito a salvar a Carano de pagar peitinho no filme), e ainda encontra tempo para fazer discursinho de heroísmo e posar como o bom professor, que come cereais com leite e não fala palavrão.
Ou seja, é um banana de metal. E é recompensado com um merecido soco bem dado nos países baixos.
Já a X-Woman em treinamento Negasonic Teenage Warhead (nome tirado de uma música da banda Monster Magnet), interpretada pela estreante Brianna Hildebrand é totalmente diferente da versão das HQs: antes uma telepata, aqui ela gera explosões nucleares em pequena escala, num caso claro de ligar o nome ao poder (é dedo da Fox, só pode).
No mais ela é uma boa mutante novata, uma adolescente normal que twitta quando vai dar porrada em vilões (só faltou selfie no Instagram) e que gosta das pirações do Deadpool; ela rende uma óbvia piada dada sua aparência (se você possui 35 anos ou mais já associou o nome à pessoa desde sua primeira aparição em trailers; Wade só não deixa passar batido) e poucas, mas boas cenas de ação. E Negasonic nem de longe é boazinha como o Colossus, o que dá a entender que seus conselhos estão entrando por um ouvido e saindo pelo outro.
No mais são quase duas horas de piadas, quebra da quarta parede o tempo todo, referências a quadrinhos, filmes, músicas, etc etc etc. Quem leu as histórias vai se divertir, mas não é necessário ter conhecimento de qualquer coisa do universo da Marvel para curtir o filme. Tem piada com o elenco, o plot, com Lanterna Verde, com a versão tosca do personagem no filme do Wolverine, com o próprio carcajú mais de uma vez… É uma aventura sanguinolenta e hilária em busca de redenção, amor e vingança, não necessariamente nessa mesma ordem.
Tem Stan Lee? Cena pós créditos? Rob Liefeld!?
Primeiro: sim. Stan Lee havia dito que essa era uma das mais divertidas aparições que ele já fez em um filme da Marvel, e ele não estava brincando.
Segundo: sim, e por tudo que há de mais sagrado NÃO SAIA DA SALA até o último segundo. Você não vai se arrepender.
Terceiro: siiiiiim, e para alegria de todos tendo o que merece.
Conclusão:
Deadpool é um filme para todos os públicos, desde que a partir de 18 anos (aqui no Brasil ele ganhou a inexplicável classificação de 16 anos, e eu particularmente não acho que esse seja um filme adequado para quem ainda não saiu das fraldas, independente do que os floquinhos digam). Os mais jovens vão curtir, os velhacos vão se esbaldar com piadas e referências de coisas dos anos 70 e 80, algumas até bem obscuras (Ryan Reynolds disse que o filme possui cerca de 100 ovos de Páscoa, portanto divirta-se caçando todos) e todo mundo sairá satisfeito, com um sorriso de ponta a ponta e torcendo pela continuação, e pelo que fizeram no primeiro e a futura resposta do público é inevitável que ele virá, só se a Fox não quiser ganhar dinheiro.